segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O último ato


Você já deve ter ouvido Galvão Bueno dizer que “o jogo só acaba quando o juiz apita”, não é verdade? Futebol é um esporte completamente imprevisível e curiosamente ilógico. Quem não lembra daquela decisão de campeonato carioca onde Petkovic decidiu o título a favor do Flamengo no último lance da partida? Entra ano, sai ano, e esse esporte a cada dia nos ensina uma nova lição.

O grito de “time de guerreiro” está na ponta da língua de várias torcidas do Brasil, por motivos diferentes, mas com algumas semelhanças, entre elas a reação, luta e dedicação. Hoje o Atlético Paranaense mostrou todos esses atributos, e no último segundo da partida, conseguiu a vitória fora de casa em cima do Avaí, por 1×0. Um Leão da Ilha que, por sinal, entrou na turbulência e está demorando a sair (cinco jogos sem vencer: quatro derrotas e um empate).

A partida na Ressacada, mesmo ainda no meio do feriadão, já tinha cara de ressaca. Um jogo morno, sem muitas emoções e com duas equipes que não estavam numa tarde inspirada. O time da casa, que com esse resultado, já acumula quatro jogos sem vencer no brasileirão, encontrou pela frente uma defesa muito bem postada que não dava espaço para que Caio e Robinho colocassem velocidade. Vandinho, mal no jogo, não conseguia girar em cima dos zagueiros, e as vezes, faltava aproximação para que fossem feitas tabelas.

O Furacão, se não fez uma partida brilhante tecnicamente, foi muito bem taticamente. Sua defesa estava bem armada e, sempre que o Avaí chegava pelo meio, encontrava a frente da área muito congestionada. No primeiro tempo o time paranaense ficou muito recuado, e chamou os donos da casa para seu campo de defesa, postura perigosa que não permaneceu para o segundo tempo. Mesmo ainda apostando nos contra ataques, o Atlético marcava mais a frente e conseguia segurar a bola no campo de ataque.

Quando tudo caminhava para um empate sem sal, e o Carpegiani já parecia satisfeito com o resultado ao substituir Guerrón por um zagueiro, eis que esse substituto, conseguiu a proeza de levar dois cartões amarelos e ser expulso logo após a sua entrada. Animado com a expulsão o Avaí foi para cima, na base da pressão, é verdade, o que fez o time atleticano se fechar mais ainda.

O tempo foi passando, os acréscimos foram dados, o torcedor avaiano foi ficando angustiado, e nada da pressão surtir efeito, o zero a zero parecia mais certo do que calor no nordeste em dia de verão. Eis que quando até o vendedor de pipoca já havia arrumado sua carrocinha para sair do estádio, Maikon Leite, excelente, faz o gol da vitória rubro-negra. Foi o último ato de um time de guerreiros, recompensado por acreditar até o final.

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