quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Premonição


Eu poderia chegar aqui, agora, e me colocar como o novo profeta do apocalipse. Mas não, serei humilde e vou apenas relembrar coisas ditas por mim que, pouco a pouco, vão se concretizando.

Se você tiver 10% da paciência que o Parreira tem, é só procurar aqui nos arquivos do blog o texto em que eu disse o quanto deveria ser trágica essa passagem do Silas no Flamengo. A, e se não tiver paciência, acredite em mim.

Quando Silas foi anunciado eu - que diga-se de passagem, não sou nenhum gênio - tentei, conhecendo o Flamengo, ter uma noção do que aconteceria. Um clube grande, com uma torcida que pressiona e com um time completamente "desmantelado" tem muitas chances de passar por maus bocados. Por falar em crise, vale ressaltar que, no rubro negro carioca, elas são fáceis de serem encontradas, ou até mesmo plantadas.

Salvo raras exceções, quando um treinador chega a um clube, começa a se trabalhar com o nosso amigo "se". "Se ganhar", "Se der certo", muita teoria. Silas fez um ótimo trabalho no Avaí e um péssimo trabalho no Grêmio, sua primeira oportunidade em um grande time. Agora no Flamengo a situação é a mesma, só que dessa vez, o treinador pegou o bonde andando e quase parando.

O que eu temia na passagem do Silas pelo Fla era que, no momento da crise, quando a torcida pressionasse, ele não aguentasse a pressão. Ele está entrando na crise, os resultades continuam sem aparecer e a torcida já começa a pressionar. Continuo apostando que ele não aguentará e será colocado para fora pela nação rubro negra que, como é comum entre todas as torcidas, quer resultados imediatos.

Em tempo, se Silas cair, aposto em Luxemburgo para o posto. Esse sim, embora em má fase, pode dar um jeito por conta de sua experiência. Porém, mesmo achando que Silas cairá, eu se fosse o Zico, não tomaria essa decisão, as vezes uma mudança de treinador à essa altura não serve de nada.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

E agora, para onde navega o Santa Cruz?


Fim de Série D, Santa Cruz eliminado - mais uma vez - da competição nacional de nível mais baixo, provavelmente o fundo do poço, certamente um buraco negro sem fim. Quem é eliminado deste campeonato não tem vaga garantida nele no ano seguinte, não tem mais competições importantes para participar e, os poucos bons jogadores que restaram, saem do clube que, de mãos atadas, não pode fazer nada.

Esses últimos anos de agonia, sofrimento e nenhum resultado aos poucos vai tirando o otimismo do sempre positivo torcedor tricolor. Isso não significa que ele deixará de comparecer ao Arruda, mas coloca uma pergunta que o causa insônia: "Até quando?"

Os melhores jogadores saíram, Givanildo saiu e a diretoria também vai sair. É ano de eleição no tricolor, e qual é a solução? Quem se candidata a assumir o Santa? Esse "quem" vai fazer "o que" ao pegar um clube totalmente à deriva? Como um barco que depende do vento para navegar, a cobra coral não sabe mais por que caminhos tentar uma reviravolta.

Para jogar novamente a série D e tentar uma vaga no andar de "luxo" do fundo do poço, a Série C, o Santa Cruz terá que passar, novamente, por um processo incômodo e cheio de incertezas. Captação de recursos, recuperação da auto estima e formação de uma equipe, esses são alguns dos passos que doem tanto como andar descalço sobre brasas.

A parte da montagem de um elenco é complicada, como convencer jogadores de qualidade comprovada a vir jogar neste clube? Infelizmente, apenas o passado não tem esse poder. Como já é dito todo ano, é preciso planejamento. O profissional contratado para gerir o futebol do clube precisa trazer um técnico que conheça os bons valores desconhecidos, especialmente da região nordeste. Tem que haver pesquisa de campo, analisar à fundo quem está sendo contratado.

Tudo isso gera tempo, coisa que o tricolor, infelizmente, tem de sobra. O quanto antes for decidida a questão da presidência, melhor. Mesmo desanimados, o trabalho precisa começar "ontem" para sair com qualidade. Quais os erros cometidos nessas últimas temporadas? Quais os acertos? É um trabalho minucioso que a diretoria junto com a comissão técnica terá que fazer, pois a torcida estará de olho e esperançada para que, dessa vez, tudo dê certo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Cadê o homem gol?

A história do futebol brasileiro sempre foi recheada de grandes atacantes, os chamados "matadores". Ronaldo e Romário são dois exemplos recentes. Porém, por conta do forte mercado europeu, jogadores desse nível estão se mandando para o exterior cada vez mais cedo, o que certamente, nos obriga a renovar o "estoque" mais rapidamente.

Constantemente nós nos sentimos orgulhosos ao dizer que, em nosso país, bons jogadores brotam do chão, sem nenhum esforço, como capim em fazenda. De fato isso é verdade, e tem alguns motivos que justificam, como o tamanho do país e a paixão pelo futebol.

Porém, um dado estranho vem chamando a atenção nesta primeira metade de campeonato Brasileiro. Observando a classificação do prêmio Friedenreich, que no final do ano, consagra o jogador que fez mais gols durante a temporada jogando no Brasil, me vi diante da seguinte situação: Vágner Love, que só jogou seis meses durante esse ano, perde apenas para cinco jogadores. Preocupante? Talvez não. Alarmante? Sim.

Na frente do ex-atacante flamenguista estão apenas: Neymar (Santos), Ciro (Sport), Jonas (Grêmio), André (Ex-Santos) e Edmundo (Botafogo-PB). Como pode apenas esses jogadores terem mais gols que um jogador que jogou apenas 6 meses? O que está acontecendo com nossos atacantes?

O drama não para por aí, os dois artilheiros da série A são jogadores de meio campo (Bruno César do Corinthians e Elias do Atlético GO, com 9 gols), e nenhum dos dois, tem mais gols do que o artilheiro da série B (Ciro do Sport com 13 gols).

Agora você me pergunta: por que isso? Perguntou para a pessoa errada, além de eu jogar (Comandar) na zaga em minhas peladas, quem deve ter a resposta para esse problema, são nossos gloriosos atacantes. Mas talvez (provavelmente) nem eles saibam o motivo da "seca".

Pode-se dizer que as defesas melhoraram, os goleiros estão fechando o gol ou então, que a bola não tem chegado, porém, todos esses argumentos são muito vagos. Problema técnico ou a fase é que não está boa?. Perguntas que só serão respondidas dentro de campo, pelos matadores. Enquanto isso nós comentamos, os torcedores cornetam à vontade e os zagueiros agradecem. Vamos acordar artilheiros, a Europa vos espera.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Foi "simbora"


Embalou de vez, agora foi. O Sport venceu o Brasiliense numa Ilha lotada (para variar) e está, mais do que nunca, na briga pelo G4. Mesmo sem fazer uma partida brilhante, os rubro negros venceram com facilidade a equipe candanga.

O crescimento do Leão é algo notável, já são 9 jogos seguidos sem saber o que é derrota, e boa parte dessa sequencia tem colaboração direta de Geninho. Antes de vir para o Sport, ao analisar sua contratação, cheguei a conclusão de que ultimamente ele não vinha fazendo bons trabalhos, e de fato não vinha. No time pernambucano, a sua experiência vem sendo primordial, tanto para fazer as alterações na equipe, como para lidar com problemas extra-campo, que em times como o Sport, aparecem todo dia.

Agora falando do jogo, bola rolando, o time de Geninho não foi brilhante, longe disso, mas jogou para o gasto. Vitória fácil, e o melhor, sem levar sustos. Aos poucos o técnico vai arrumando a defesa, que embora ainda não esteja na forma ideal, hoje, já passa um pouco mais de confiança ao time.

Tobi, Germano, Zé Antonio e César, esses foram muito bem hoje. Curiosamente, ou não, são jogadores do sistema defensivo, que de fato, foi melhor do que a parte ofensiva do time. Defesa bem postada, jogando firme, sem inventar e com muita raça.

Diferente da turma da "cozinha", o pessoal lá da frente não fez uma boa partida. E aí você se pergunta: "Como não? O Sport fez 3 gols! Indiferente! Marcelinho Paraíba, que fez um primeiro tempo regular/bom, não voltou bem. Ciro e Fabrício muito mal no jogo, em comum a falta de movimentação e o famoso "dia ruim".

A arrancada é boa, o crescimento visível, mas é preciso continuar assim. O prejuízo na era pré-Geninho era enorme, para se ter noção, o Sport precisou engatar uma sequência de 9 jogos sem perder para se aproximar do G4. A meta agora é outra, e a dificuldade é maior, entrar no G4 não será tarefa fácil, com tudo dando certo, pode colocar uns 3 jogos para isso acontecer.

Nesse embalo o Sport volta para a série A, mas para isso é preciso manter esse crescimento contínuo até o final.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O último ato


Você já deve ter ouvido Galvão Bueno dizer que “o jogo só acaba quando o juiz apita”, não é verdade? Futebol é um esporte completamente imprevisível e curiosamente ilógico. Quem não lembra daquela decisão de campeonato carioca onde Petkovic decidiu o título a favor do Flamengo no último lance da partida? Entra ano, sai ano, e esse esporte a cada dia nos ensina uma nova lição.

O grito de “time de guerreiro” está na ponta da língua de várias torcidas do Brasil, por motivos diferentes, mas com algumas semelhanças, entre elas a reação, luta e dedicação. Hoje o Atlético Paranaense mostrou todos esses atributos, e no último segundo da partida, conseguiu a vitória fora de casa em cima do Avaí, por 1×0. Um Leão da Ilha que, por sinal, entrou na turbulência e está demorando a sair (cinco jogos sem vencer: quatro derrotas e um empate).

A partida na Ressacada, mesmo ainda no meio do feriadão, já tinha cara de ressaca. Um jogo morno, sem muitas emoções e com duas equipes que não estavam numa tarde inspirada. O time da casa, que com esse resultado, já acumula quatro jogos sem vencer no brasileirão, encontrou pela frente uma defesa muito bem postada que não dava espaço para que Caio e Robinho colocassem velocidade. Vandinho, mal no jogo, não conseguia girar em cima dos zagueiros, e as vezes, faltava aproximação para que fossem feitas tabelas.

O Furacão, se não fez uma partida brilhante tecnicamente, foi muito bem taticamente. Sua defesa estava bem armada e, sempre que o Avaí chegava pelo meio, encontrava a frente da área muito congestionada. No primeiro tempo o time paranaense ficou muito recuado, e chamou os donos da casa para seu campo de defesa, postura perigosa que não permaneceu para o segundo tempo. Mesmo ainda apostando nos contra ataques, o Atlético marcava mais a frente e conseguia segurar a bola no campo de ataque.

Quando tudo caminhava para um empate sem sal, e o Carpegiani já parecia satisfeito com o resultado ao substituir Guerrón por um zagueiro, eis que esse substituto, conseguiu a proeza de levar dois cartões amarelos e ser expulso logo após a sua entrada. Animado com a expulsão o Avaí foi para cima, na base da pressão, é verdade, o que fez o time atleticano se fechar mais ainda.

O tempo foi passando, os acréscimos foram dados, o torcedor avaiano foi ficando angustiado, e nada da pressão surtir efeito, o zero a zero parecia mais certo do que calor no nordeste em dia de verão. Eis que quando até o vendedor de pipoca já havia arrumado sua carrocinha para sair do estádio, Maikon Leite, excelente, faz o gol da vitória rubro-negra. Foi o último ato de um time de guerreiros, recompensado por acreditar até o final.